A primeira vez que entrei
numa sala de aula como educadora, (há pouco mais de duas décadas) lembro-me
que bateu um frio na barriga, uma insegurança, um medo de não fazer direito o
meu papel. Confesso que essas sensações me acompanham até hoje, a cada início
de ano letivo.
Educar nunca foi uma tarefa simples, portanto é
um ofício que temos a obrigação de ir aperfeiçoando ao longo de nossa vida
profissional, pois lidamos com sonhos, projetos de vida, esperança...
O
tempo de atuação em sala de aula nos garante certa experiência. As práticas
exitosas ou marcantes do fazer pedagógico acabam imprimindo caráter de
perpetuação de nosso jeito de ensinar, mas o ofício de educar sempre será um
processo de permanente construção e de resiliência.
E
neste ano de 2020 não é diferente. Com a pandemia e, consequentemente, a
suspensão das aulas presenciais, nós professores, buscamos alternativas para
continuarmos fazendo o nosso papel social. Aprender um novo fazer pedagógico,
estar presente na vida do aluno mesmo à distância, não descuidar do compromisso
assumido com a família e a sociedade.
Apesar das críticas, do não reconhecimento
(por uma minoria) do nosso trabalho distante da sala de aula, de sermos
tachados de “malandros”, “vagabundos” entre outros termos desqualificadores,
buscamos incansavelmente condições que atendessem mais às necessidades dos
alunos que as nossas, mesmo que isso triplicasse a jornada de trabalho.
Sabe aquela frase “Orgulho de ser professor”?
Não é um sentimento apenas para hoje, 15 de outubro de 2020. É um sentimento
perpétuo. Saber que contribuímos para a formação não só intelectual de muitas
crianças, adolescentes e adultos ao longo dessa árdua trajetória profissional,
é realmente gratificante.
No ofício de professor, marcamos a vida de muitos, assim como as nossas estão marcadas. Ensinamos e aprendemos ao mesmo tempo. E como aprendemos!!!!
Somos
um mix de sentimentos. Sorrimos e vibramos com o sucesso e superação de uns.
Sofremos e nos angustiamos com as dificuldades de outros. Entretanto, é
necessário separarmos os “ossos de nosso ofício” da dureza da realidade na qual
estamos a atuar hoje, e seguirmos SEMEANDO ESPERANÇA.
Márcia Oliveira (educadora)
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