domingo, 5 de dezembro de 2021

Relato Pessoal sobre o ofício de professor e a pandemia

   

        A primeira vez que entrei numa sala de aula como educadora, (há  pouco mais de duas décadas) lembro-me que bateu um frio na barriga, uma insegurança, um medo de não fazer direito o meu papel. Confesso que essas sensações me acompanham até hoje, a cada início de ano letivo.

        Educar nunca foi uma tarefa simples, portanto é um ofício que temos a obrigação de ir aperfeiçoando ao longo de nossa vida profissional, pois lidamos com sonhos, projetos de vida, esperança...

        O tempo de atuação em sala de aula nos garante certa experiência. As práticas exitosas ou marcantes do fazer pedagógico acabam imprimindo caráter de perpetuação de nosso jeito de ensinar, mas o ofício de educar sempre será um processo de permanente construção e de resiliência.

        E neste ano de 2020 não é diferente. Com a pandemia e, consequentemente, a suspensão das aulas presenciais, nós professores, buscamos alternativas para continuarmos fazendo o nosso papel social. Aprender um novo fazer pedagógico, estar presente na vida do aluno mesmo à distância, não descuidar do compromisso assumido com a família e a sociedade.

       Apesar das críticas, do não reconhecimento (por uma minoria) do nosso trabalho distante da sala de aula, de sermos tachados de “malandros”, “vagabundos” entre outros termos desqualificadores, buscamos incansavelmente condições que atendessem mais às necessidades dos alunos que as nossas, mesmo que isso triplicasse a jornada de trabalho.

       Sabe aquela frase “Orgulho de ser professor”? Não é um sentimento apenas para hoje, 15 de outubro de 2020. É um sentimento perpétuo. Saber que contribuímos para a formação não só intelectual de muitas crianças, adolescentes e adultos ao longo dessa árdua trajetória profissional, é realmente gratificante.

       No ofício de professor, marcamos a vida de muitos, assim como as nossas estão marcadas. Ensinamos e aprendemos ao mesmo tempo. E como aprendemos!!!!

        Somos um mix de sentimentos. Sorrimos e vibramos com o sucesso e superação de uns. Sofremos e nos angustiamos com as dificuldades de outros. Entretanto, é necessário separarmos os “ossos de nosso ofício” da dureza da realidade na qual estamos a atuar hoje, e seguirmos SEMEANDO ESPERANÇA.

Márcia Oliveira (educadora)

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