quarta-feira, 8 de maio de 2013

Exercício de interpretação do texto OS QUATRO LADRÕES - 7º ano


                       Exercício de interpretação de texto - 7º ano

1. Leitura compartilhada

Os quatro ladrões
Diz que era uma vez quatro ladrões muito sabidos e finos. Num domingo de manhã estavam deitados, gozando a sombra de uma árvore, quando viram passar na estrada um homem levando um carneiro grande e gordo. Palpitaram furtar o carneiro e comê-lo assado. Acertaram um plano e se espalharam por dentro do mato.
O primeiro ladrão foi para o caminho, encontrando o homem do carneiro e salvou-o:
— Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
— Para sempre seja louvado!
— O senhor, que mal pergunto, para onde leva este cachorrinho?
— Que cachorrinho?
— Esse aí que está amarrado numa corda! Bem bonitinho!
— Isso não é cachorro. É carneiro. Repare direito.
— Estou reparando, mas é cachorro inteiro. Vigie o focinho, as patas, o pelo. É cachorro e dos bons.
Separaram-se e o dono do carneiro ficou olhando o animal meio desconfiado. Adiante saiu o segundo ladrão, deu as horas, e foi logo entrando na conversa:
— Cachorro bonito! Esse dá para tatu e cutia. Focinho fino, bom para farejar. Perna fina corredeira. É capaz de correr veado. Onde comprou o bicho?
— O senhor repare que não é cachorro. É um carneiro. Já outro cidadão ali atrás veio com essa palúxia para meu lado. Bote os olhos direito no bicho.
— Homem, desde que nasci que conheço cachorro e carneiro. Se esse aí não é o cachorro eu ando espritado. Deixar de conhecer cachorro?
O homem seguiu sozinho, mas não tirava os olhos do carneiro, quase convencido de que comprara o bicho errado. O outro ladrão apareceu e fez a mesma conversa, misturando os dois animais, e ficando espantado quando o dono dizia que era um carneiro. Discutiram um bom pedaço e o terceiro ladrão espirrou para dentro do marmeleiro.
O quarto camarada veio e puxou conversa, oferecendo preço para o cachorro que dizia ser bom caçador de preás. Deu os sinais de cachorro de faro e todos encontravam no bicho que o homem ia levando.
Assim que despediu, o dono do carneiro, que ia comendo o animal com os olhos, parou, desatou o laço da corda e soltou o carneiro, certo e mais que certo que o carneiro era cachorro.
Os quatro ladrões que vinham acompanhando por dentro da capoeira agarraram o carneiro e fizeram dele um almoço especial.
CASCUDO, Luís da C. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed., 6ª reimp. São Paulo: Global, 2009.

2. Analisando o texto
a) Discuta com seus colegas:
Os ladrões agem como na maioria dos furtos? Explique. Resposta pessoal.

b) Que argumentos cada ladrão usou para convencer o homem de que ele tinha um cachorro?
1º ladrão: Afirma que o animal é um cachorro e ainda aponta o focinho, as patas, o pelo como provas de que é um cachorro.            
2º ladrão: Afirma que o animal é um cachorro farejador, bom para caçar tatu e cutia.            
3º ladrão: Repetiu os argumentos do primeiro e do segundo ladrão.             
4º ladrão: Afirmou que o animal era um cachorro bom para caçar preás.

c) Qual foi a consequência da estratégia usada pelos ladrões para conseguir o carneiro?
O homem desistiu do carneiro, convencido de que era um cachorro.

d) O que você acha da estratégia usada pelos homens para conseguir o carneiro? Você considera que houve realmente um furto? Resposta pessoal.

3. Analisando as palavras e expressões do texto
a) No segundo parágrafo do texto, que palavra ou expressão é usada para introduzir a fala do primeiro ladrão? Sublinhe-a no texto. Salvou-o.

b) Que expressões são usadas para introduzir a fala do segundo ladrão? Sublinhe-as no texto.
c) Que outras expressões poderiam ser usadas para isso? Foi logo entrando na conversa.
Na fala do primeiro ladrão: Cumprimentou-o, saudou-o.                      
Na fala do segundo ladrão: Puxando conversa, conversando.

d) Releia os trechos a seguir e diga qual é o sentido das expressões sublinhadas:
“— O senhor repare que não é cachorro. É um carneiro. Já outro cidadão ali atrás veio com essa palúxia para meu lado.Veio com essa conversa para o meu lado. Veio com esse papo pra cima de mim.
Discutiram um bom pedaço e o terceiro ladrão espirrou para dentro do marmeleiro.
Correu para dentro do mato. Voltou rapidamente para dentro do mato.
Assim que despediu, o dono do carneiro, que ia comendo o animal com os olhos, [...]”
Olhando fixamente o animal; olhando o animal com atenção.
e) Por que você imagina que o texto usa essas expressões?
Para tornar a fala das personagens mais verossímil, isto é, mais próxima de como seria em uma conversa cotidiana.

4. Analisando o começo do conto.
a) Releia:
Diz que era uma vez quatro ladrões muito sabidos e finos. Num domingo de manhã estavam deitados, gozando a sombra de uma árvore, quando viram passar na estrada um homem levando um carneiro grande e gordo. Palpitaram furtar o carneiro e comê-lo assado. Acertaram um plano e se espalharam por dentro do mato.

b) De acordo com esse trecho, o cenário (local onde se passa o fato narrado)
( X ) é apresentado primeiro e depois se sabe o que aconteceu nele.
(    ) não é apresentado de início. Vai-se tomando conhecimento dele no desenrolar da narrativa.
(    ) não é importante para o conto, por isso não há menção ao lugar onde se passa o fato.

c) E a expressão temporal “Diz que era uma vez” o que sugere: um tempo exato em que é possível situar a história ou o tempo do faz de conta?
O tempo do faz de conta.

5. Analisando a passagem do tempo nos contos
a) Agora, releia o conto “Os quatro ladrões” e identifique as palavras e as expressões que indicam a passagem do tempo. Sublinhe-as no texto.
“Num domingo de manhã”; “adiante”; Assim que despediu”.
b) Em sua opinião, o uso dessas expressões é importante na organização do texto? Por quê?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça sua importância na organização da ordem dos acontecimentos no texto.

6. Analisando o desenvolvimento do conto
a) Ao verem o homem passar com o carneiro, que ideia os ladrões tiveram?
A ideia de furtar o carneiro.

b) Qual é o plano para colocar a ideia em prática?
Espera-se que o aluno seja capaz de inferir o plano latente nas ações narradas: convencer o dono do carneiro de que o animal era um cachorro.

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