Escola
Dr. Jaime Monteiro
Gameleira,___de ___________ de ________
Aluno(a):_______________________________
Ano:
1º B Ensino Médio
Professora:
Márcia Oliveira da Silva
Avaliação de Língua
Portuguesa
CASA DE PENSÃO
Aluísio Azevedo
Amâncio
fora muito mal-educado pelo pai, português antigo e austero, desses que
confundem o respeito com o terror. Em pequeno levou muita bordoada; tinha um
medo horroroso de Vasconcelos; fugia dele como de um inimigo, e ficava todo
frio e a tremer quando lhe ouvia a voz ou lhe sentia os passos. Se caso algumas
vezes se mostrava dócil e amoroso, era sempre por conveniência: habituou-se a
fingir desde esse tempo.
Sua mãe,
D. Ângela, uma santa de cabelos brancos e rosto de moça, não raro se voltava contra
o marido e apadrinhava o filho. Amâncio agarrava-lhe às saias, fora de si,
sufocado de soluços.
Aos sete
anos entrou para a escola. Que horror!
O
mestre, um tal de Antônio Pires, homem grosseiro, bruto, de cabelo duro e olhos
de touro, batia nas crianças por gosto, por hábito do ofício. Na aula só falava
a berrar, como se dirigisse uma boiada. Tinha as mãos grossas, a voz áspera, a
catadura selvagem; e, quando metia para dentro um pouco mais de vinho, ficava
pior.
Amâncio,
já na corte, só de pensar no bruto, ainda sentia calafrios dos outros tempos, e
com eles vagos desejos de vingança. Um malquerer doentio invadia-lhe o coração,
sempre que se lembrava do mestre e do pai. Envolvia-os no mesmo ressentimento,
no mesmo ódio surdo e inconfessável.
Todos os
pequenos da aula tinham birra ao Pires. Nele enxergavam o carrasco, o tirano, o
inimigo e não o mestre; mas, visto que qualquer manifestação de antipatia
redundava fatalmente em castigo, as pobres crianças fingiam-se satisfeitas,
riam muito quando o beberrão dizia alguma chalaça, e afinal, coitadinhas!
Iam-se habituando ao servilismo e à mentira.
Os pais
ignorantes, viciados pelos costumes bárbaros do Brasil, atrofiados pelo hábito
de lidar com escravos, entendiam que aquele animal era o único professor capaz
de “endireitar os filhos”.
Elogiavam-lhe a rispidez, recomendavam-lhe sempre que “não passasse a
mão na cabeça dos rapazes” e que, quando fosse preciso, “dobrasse por conta
deles a dose de bolos”.
Ângela,
porém, não era dessa opinião: não podia admitir que seu querido filho, aquela
criaturinha fraca, delicada, um mimo de inocência e de graça, um anjinho, que
ela afagara com tanta ternura e com tanto amor, que ela podia dizer criada com
seus beijos – fosse lá apanhar palmatoadas de um brutalhão daquela ordem! “Ora!
Isso não tinha jeito!”
Mas o
Vasconcelos saltava-lhe logo em cima: Que deixasse lá o pequeno com o
mestre!... Mais tarde ele havia de agradecer aquelas palmatoadas!
Assim
não sucedeu. Amâncio alimentou sempre contra Pires o mesmo ódio e a mesma
repugnância.
(...)
01. A educação que Amâncio recebera do pai foi baseada:
a) no respeito
b) no medo
c) no diálogo
d) no exemplo
02. É uma característica da personalidade de Amâncio consequente da
educação recebida na infância:
a) fingido
b) dócil
c) amoroso
d) mentiroso
03. A escola representou para Amâncio:
a) a proteção contra a violência
do pai.
b) uma experiência de vida diferente.
c) uma continuidade do tipo de
educação recebida em casa.
d) uma oportunidade de aprender e de crescer
saudavelmente.
04. Segundo as informações do trecho, as outras crianças da escola:
a) apreciavam Antônio Pires.
b) implicavam com Amâncio.
c) eram antipáticas com o
professor.
d) bajulavam Pires por temerem os castigos.
05. Na frase “não passasse a mão pela cabeça dos rapazes”, o uso
das aspas, no texto, indica:
a) reprodução de uma citação
b) presença de gíria
c) crítica de uma opinião
d) introdução de um diálogo
06. No trecho “...não raro se
voltava contra o marido e apadrinhava
o filho”, o termo em destaque tem sentido de
a) patrocinar
b) proteger
c) autorizar
d) favorecer
07. Os pais, que colocavam os filhos na mesma escola que Amâncio
estudava, tinham a opinião de que Antônio Pires
a) era um pouco rígido demais
com seus filhos.
b) era um mestre afetuoso e
flexível no tratar com as crianças.
c) era além de violento,
despreparado para ensinar as crianças.
d) era um mestre competente e capaz de educar bem
as crianças.
08. O narrador menciona os sentimentos semelhantes que Amâncio nutria
pelo pai e pelo mestre. Os sentimentos expressos no trecho que se referem
apenas ao mestre são
a) ódio surdo e medo.
b) medo e malquerer doentio.
c) repugnância e desejo de vingança.
d) ressentimento e ódio inconfessável.
09. Em alguns momentos, o narrador expressa juízos de valor em relação
aos personagens e fatos. Podemos observar isso em
a) “Os pais ignorantes, viciados pelos costumes bárbaros do Brasil...”
b) “Na aula só falava a berrar como se dirigisse uma boiada.”
c) “Amâncio agarrava-lhe às saias, fora de si, sufocado de soluços.”
d) “Nele enxergavam o carrasco, o tirano, o inimigo e não o mestre;”
10.
N o ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de
violência. Notificando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:
Campanha contra a violência do governo
do Estado entra em nova fase.
A manchete
tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo
da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
a) Campanha
contra o governo do Estado e a violência entram em nova
fase.
b) A violência do governo do
Estado entra em nova fase de Campanha.
c) Campanha contra o governo
do Estado entra em nova fase de violência.
d) Campanha do governo do
Estado contra a violência entra em nova fase.
11. Em “Queria que me ajudasses”, o trecho destacado pode ser substituído por:
a) a sua ajuda
b) a ajuda de vocês
c) a tua ajuda
d) a ajuda deles
12. Em um anúncio que “vende” produto hidratante para pele,
lê-se a seguinte frase:
Hoje
você é uma uva.
Mas,
cuidado, uva passa.
A partir da mensagem
do texto, conclui-se que:
a) deve-se usar o
produto para evitar que a pele fique enrugada como uma uva passa.
b) os hidratantes são produzidos a base de uva.
c) a uva passa tem poderes
hidratante.
d) deve-se evitar o uso
de hidratante a base de uva.
CÃO E HOMEM
Se
você recolher um cachorro que morre de fome e o tornar próspero, ele não o
morderá. É esta a diferença principal entre um cão e um homem.
(Mark Twain)
13. O
defeito humano criticado pelo autor do texto é:
a) a inveja
b) a ingratidão
c) o egoísmo
d) o preconceito
a) a inveja
b) a ingratidão
c) o egoísmo
d) o preconceito
14. O
adjetivo que substitui convenientemente a oração que morre de fome
é:
a) necessitado
b) moribundo
c) defunto
d) faminto
a) necessitado
b) moribundo
c) defunto
d) faminto
15. O
conectivo abaixo que apresenta seu valor corretamente indicado é:
a) SE você recolher... - adição
b) morre DE fome - causa
c) E o tornar próspero - oposição
d) QUE morre de fome - adição
a) SE você recolher... - adição
b) morre DE fome - causa
c) E o tornar próspero - oposição
d) QUE morre de fome - adição
16. “...e
O tornar próspero, ele não O morderá.”; as duas ocorrências do
vocábulo em maiúsculas retomam, respectivamente:
a) você / você
b) o homem / o homem
c) o cachorro / você
d) o cachorro / o cachorro
a) você / você
b) o homem / o homem
c) o cachorro / você
d) o cachorro / o cachorro
17. Ao
escrever cão em lugar de cachorro na última parte
do texto, o autor:
a) demonstra
que esqueceu do vocábulo que havia usado
anteriormente.
b) procura evitar a repetição de vocábulos idênticos, fazendo, assim, a coesão do texto.
b) procura evitar a repetição de vocábulos idênticos, fazendo, assim, a coesão do texto.
c) Quer
mostrar diferença de sentido entre as duas palavras.
d) economiza espaço gráfico ao preferir um vocábulo menor.
18. O verbo tornar
possui sentido diferente do que aparece no texto em:
a) Os aviões se tornaram armas.
b) Tornar-se rico é o anseio do jovem.
c) Elas se tornaram impacientes.
d) Nunca mais tornou a falar.
a) Os aviões se tornaram armas.
b) Tornar-se rico é o anseio do jovem.
c) Elas se tornaram impacientes.
d) Nunca mais tornou a falar.
A gente
sofre tanto, vibra tanto, grita tanto, que cada vitória brasileira deveria
contar mais de 190 milhões de medalhas.
Revista Veja. nº2242. 09/11/2011,
p. 89. Adaptado.
19.
O objetivo da campanha é criar uma imagem de:
a)
conformismo
b)
importância
c)
superioridade
d)
união
(...)
__ “Não Desmatarás” __ foi criado de maneira irreverente, há
pouco mais de vinte anos, aqui no Brasil.”
JB
Ecológico. O 11º Mandamento da Natureza Humana, Nov./2005,p.7.
20. O texto acima traduz uma preocupação em:
a) preservar riquezas minerais.
b) proteger animais em extinção.
c) fazer uso racional das florestas.
d) promover a despoluição do ar.
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