Leia a seguir um conto tradicional do Japão, datado do século
VIII, de autoria desconhecida. Como outros contos do estilo, ele apresenta uma história
aparentemente inocente, mas com um ensinamento de vida.
Texto Espelho no cofre
De volta de uma longa peregrinação, um homem carregava sua compra mais preciosa adquirida na
cidade grande: um espelho, objeto até então desconhecido para ele. Julgando
reconhecer ali o rosto do pai, encantado, ele levou o espelho para sua casa. Guardou-o
num cofre no primeiro andar, sem dizer nada a sua mulher. E assim, de vez em
quando, quando se sentia triste e solitário, abria o cofre para ficar contemplando “o rosto do pai”. Sua
mulher observou que ele tinha um aspecto diferente, um ar engraçado, toda vez
que o via descer do quarto de cima. Começou a espreitá-lo
e descobriu que o marido abria o cofre e ficava longo tempo olhando
para dentro dele. Depois que o marido saiu, um dia ela abriu o cofre, e nele,
espantada, viu o rosto de uma mulher. Inflamada de ciúme, investiu contra o
marido e deu-se então uma grave briga de família. O marido sustentava até o fim
que era o seu pai quem estava escondido no cofre. Por sorte, passava pela casa
deles uma monja. Querendo esclarecer de
vez a discussão, ela pediu que lhe mostrassem o cofre. Depois de alguns minutos
no primeiro andar, a monja comentou ainda lá de cima: —
Ora, vocês estão brigando em vão: no cofre não há homem nem
mulher, mas tão somente uma monja como eu!
ESPELHO no cofre. In: Os cem melhores contos de humor da literatura universal. Seleção e tradução de Flávio Moreira da Costa. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2001. p. 29-30.
O texto O espelho no cofre é um conto. Nele, a ação
pode situar-se em qualquer época, mesmo no futuro. No entanto, o espaço onde se
passa a história costuma ser limitado. Pode existir mais de um cenário, mas a
ação principal geralmente transcorre num lugar só.
No conto, é o
conflito que organiza a ação. É em torno dele, geralmente
estabelecido nos primeiros parágrafos, que a ação será desenvolvida e
concluída.
a) O conflito
A mulher, desconfi ada do marido, abre o cofre e vê sua própria
imagem
no espelho.
b) O clímax
Ocorre uma grave briga em família.
c) A situação final
A monja vê no espelho sua própria imagem e tenta tranqüilizar o
casal.
2 Onde está o humor do conto?
Espera-se que o aluno perceba que o humor está no fato de nenhum
dos
personagens conhecer um espelho.
3 Em que espaço a história acontece? Como você
poderia caracterizá-lo?
Espera-se que o aluno responda que a história acontece numa casa
de dois
andares.
04.
A história ocorre:
a)
num espaço aberto
b) num espaço fechado
c)
dentro do cofre
d)
no texto não há elementos para responder a
pergunta
05.
Em que consiste o humor do conto?
a)
No homem reconhecer, no espelho, o rosto do
pai.
b)
Na mulher ver, no espelho, o rosto de uma
mulher.
c)
Na monja reconhecer, no espelho, outra monja,
como ela.
d) No fato de que nenhuma das
personagens conhece ou sabe para que serve um espelho.
06.
Indique o clímax do texto.
a)
O marido sustenta que era seu pai quem estava
no cofre.
b)
A mulher abre o cofre e vê sua própria imagem refletida no espelho.
c)
A monja vê sua imagem no espelho.
d) Ocorre uma briga entre marido e
mulher.
07.
O importante, no conto, é:
a)
A briga entre marido e mulher, ou seja, o conflito.
b)
A intervenção da monja, isto é, o desfecho.
c)
A mulher ter visto sua imagem no espelho.
d) O homem ter dito à mulher que era seu
pai quem estava no cofre.
08. No texto, a personagem principal:
a) É o marido.
b) É
a monja.
c) É a mulher.
d) São
homem, mulher e monja.
09.
A palavra espreitar, no texto, tem como
sinônimo:
a)
Indagar.
b)
Espremer.
c) Vigiar.
d)
Olhar.
10.
Em “Encantado, julgou reconhecer o rosto do
pai”, percebe-se que:
a)
O homem gostou de ter encontrado seu pai.
b)
O homem havia comprado um espelho.
c) O homem parecia-se com o pai.
d)
No espelho havia o retrato de seu pai.
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