LINGUAGEM -
SOCIALIZAÇÃO E INTERAÇÃO
A vida social do ser humano se constitui a partir da sua
capacidade de interagir com seus
semelhantes por meio da linguagem.
Esta, por sua vez, se manifesta como um contínuo
diálogo, no sentido mais amplo possível do termo: quando uma situação de interlocução de constrói; cada elemento
da interação tem importância na constituição
dos sentidos. Os interlocutores envolvidos não apenas comunicam informações uns
aos outros, mas assumem seus papéis sociais um diante do outro e procuram se
expressar de acordo com esses papéis sociais assumidos. Na interlocução verbal,
há uma efetiva ação por meio da linguagem: alguém utiliza estrategicamente palavras para alcançar determinados fins - para persuadir, informar, desabafar, expor,
fazer agir, fazer comprar e muitas outras coisas.
INFANTE, Ulisses. Textos:
Leituras e Escritas. 2. Ed. São Paulo: Scipione,2008.p.11.
CONCEITOS
BÁSICOS
Língua
Língua é um elemento importante na
construção da cultura e identidade de um povo. É um sistema de signos
linguísticos convencionais usado pelos membros de uma mesma comunidade. Em
outras palavras: um grupo social convenciona e utiliza um conjunto de elementos
linguísticos representativos.
Linguagem é um processo comunicativo pelo
qual as pessoas interagem entre si. Pode
ser denominada de linguagem verbal
(falada ou escrita), linguagem não
verbal ( como a música, a dança, a mímica, a pintura, a fotografia, a
escultura, etc., linguagem mista (as
histórias em quadrinhos, o cinema, os programas de TV) e a linguagem digital.
Signos Linguísticos
Os Signos Linguísticos são elementos de
significação nos quais se baseiam as línguas. Possuem dois componentes: uma
parte material, concreta (o som ou as letras), que denominamos significante; outra abstrata,
conceitual (a ideia), que denominamos significado.
Interlocutores são as pessoas que participam do
processo de interação por meio da linguagem.
Código é um conjunto de sinais
convencionados socialmente para a construção e a transmissão de mensagens.
VARIAÇÕES
DA LINGUAGEM
Como
podemos observar, a língua é dinâmica, está sempre se modificando. Algumas
palavras são abandonadas e substituídas por outras, que são incorporadas à
língua. Há também palavras que mudam de significado de acordo com a sua
utilização.
A língua sofre, ainda, de acordo com as
condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada, outros
tipos de alterações, que dão origem a diferentes variações da linguagem.
§ Variação
geográfica, regional ou dialetal
– maneira própria de falar de determinada região.
§ Variação
popular ou social
– tem uma gramática própria. A concordância, por exemplo, é estabelecida de
acordo com regras diferentes das que estabelecem a concordância da norma culta.
Temos, por exemplo, “as bala” e não “as balas”. O espaço urbano e o rural apontam uma outra dimensão importante para a compreensão dos
fenômenos associados à variação linguística.
§ Variação
histórica –
imposta pelos acontecimentos e mudanças comportamentais da sociedade ao longo dos tempos, sofre variações constantes. As
palavras sofrem alterações na grafia ou mudam de sentido.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
A linguagem
culta obedece radicalmente à norma culta, à gramática normativa. É
preconizada pela escola, e apresenta maior prestígio
social.
A linguagem
coloquial é usada nas relações informais, na vida cotidiana, sem a preocupação
de obedecer à norma culta. São comuns, nesse tipo de linguagem, o uso de gírias e de expressões populares.
A LÍNGUA MUDA CONFORME SITUAÇÃO
A gíria
é uma das variedades que uma língua pode apresentar. Quase sempre é criada por
um grupo social, como os dos fãs de rap, de funk, de heavy metal, etc. Quando restrita a uma profissão, a gíria
passa a ser chamada de jargão. É o
caso dos jornalistas, dos médicos, dos policiais e de outras profissões.
Imagine que você foi a um hospital e
ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um deles disse:
"Em relação à dona Fabiana,
o prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do remédio."
É provável que você tenha levado algum
tempo até entender o que o médico falou. Isso porque ele utilizou, com seu
colega de trabalho, termos com os quais os dois estão acostumados. Com a
paciente, o médico deveria falar de uma maneira mais simples. Assim:
"Bem, dona Fabiana, a senhora pode
parar de tomar o remédio, sem problemas"
GÍRIAS
CURIOSAS
Gírias de Minas
Gerais
Calumbim: uma mata formada por
espinheiros.
Franga: quando há uma recusa para
uma dança ou um namoro.
Miçangueiro: nome dado à pessoa que leva
até o mercado consumidor produtos cultivados em sua própria lavoura ou horta.
Quiabar: ação de desfazer um
negócio já feito.
Gírias de São Paulo
Arranchar: fixar
moradia ou acampar em algum lugar.
Assuntar: perguntar ou inquirir sobre
alguma coisa a alguém.
Cafundó: um lugar distante ou muito
ermo.
Chupim: expressão que designa um
parasita.
Varar: ato de atravessar ou
romper. Um exemplo de emprego dessa gíria é a frase: “varei a noite estudando
para a prova”, cujo sentido remete a passar a noite sem dormir.
Gírias do Rio de Janeiro
Micreiro: Indivíduo que trabalha ou
sabe consertar e mexer com microcomputadores.
Bater uma xepa: Ato de almoçar.
Tô à pampa: Estou legal.
Esparro: Uma coisa exagerada.
Ficou pequeno: Remete a ficar mal falado.
Gírias do Ceará
Estribado: muito
rico.
Môco: surdo.
Miolo de pote: Isso
é besteira.
Peço penico: Eu
desisto
Gírias da Bahia
Acompanhar farrancho: envolver-se em complicações.
Azuretado: indivíduo que está
confuso.
Borocotó: local repleto de buracos.
Maroto: beliscão dado com o nó dos
dedos.
Xebé: de pouco valor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário