01. (FUVEST) Considere as seguintes comparações entre
Vidas secas e a Hora da estrela
I. Os narradores de ambos os livros adotam um estilo sóbrio e contido, avesso a expansões emocionais, condizente com o mundo de escassez e privação que retratam.
II. Em ambos os livros, a carência de linguagem e as dificuldades de expressão, presentes, por exemplo, em Fabiano e Macabeá, manifestam aspectos da opressão social.
III. A personagem sinhá Vitória (Vidas secas), por viver isolada em meio rural, não possui elementos de referência que a façam aspirar por bens que não possui; já Macabeá, por viver em meio urbano, possui sonhos típicos da sociedade de consumo.
Esta correto apenas o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
02. (ESPM) Leia o trecho:
A figura de Vitorino era toda de indignação, de um desespero terrível.
— Cambada de cachorros. Eu sou Vitorino Carneiro da Cunha, homem branco, de respeito.
Falava só, gesticulava como se mantivesse um diálogo com um inimigo. Sacudia a tabica com uma fúria de louco.
— E o diabo desta besta que não anda!
E castigava a égua com impiedade. Pela estrada silenciosa o pisar mole da montaria espantava as lagartixas.
O capitão Vitorino Carneiro da Cunha atravessava as terras do coronel Lula de Holanda, do Santa Fé. Ali era a grande aroeira que dava mal-assombrado. Ele não acreditava. Ele não tinha medo de coisa viva, de coisa morta. (Fogo Morto, José Lins do Rego)
tabica: chibata feita com haste de mesmo nome.
aroeira: tipo de árvore
Em Fogo Morto, destaca-se a figura do Capitão Vitorino, tido pela crítica literária como uma personagem quixotesca, já que, à semelhança de D. Quixote, de Cervantes, é uma figura que possui um idealismo solitário convertido em ações intempestivas que beiram a loucura. Guardadas as devidas diferenças, pode-se estabelecer um paralelo entre Capitão Vitorino e uma outra personagem considerada “herói quixotesco”, que é:
(A) Leonardinho, por encarnar um amoralismo relacionado com a necessidade de sobrevivência, fome e toda sorte de sujeições que oprimem as camadas populares;
(B)Jeca Tatu, por ser a imagem do caipira, apático e preguiçoso, que passa a vida vegetando segundo a lei do menor esforço;
(C) Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, por representar o inconsciente coletivo brasileiro;
(D) Policarpo Quaresma, por simbolizar o ridículo e o patético de um nacionalismo fanatizante e anacrônico, desejando dentre outras o tupi como língua oficial no Brasil;
(E) Fabiano, por ser um vaqueiro bruto e ignorante, que se expressava através de onomatopéias.
03. (UPF) Uma das personagens mais quixotescas da literatura brasileira elabora projetos para salvar a cultura, a agricultura e a política nacionais, sem possuir um conhecimento efetivo e aprofundado da realidade do pais. Qual é o nome dessa personagem?
(A) João Romão
(B) Jubiabá
(C) Policarpo Quaresma
(D) José Dias
(E) Blau Nunes
04. (FUVEST) Leia o fragmento a seguir e responda o que se pede.
E fria, fluente, frouxa claridade
flutua como as brumas de um letargo
Nestes versos de Cruz e Souza, encontra um dos traços característicos do estilo simbolista:
(A) utilização do valor sugestivo da música e da cor.
(B) rima aproximativa: uso de alterações.
(C) presença de onomatopéia.
(D) uso de antinomia.
(E) emprego de expressões arcaicas.
05. (FGV) "Umas tantas cidades moribundas arrastavam em viver decrépito, gasto em chorar mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes."
Assim Monteiro Lobato, em Cidades Mortas, se refere às cidades decadentes depois da queda do café, fatos que ocorreram
(A) em várias cidades do interior paulista, com a crise da superprodução em 1930.
(B) na baixada fluminense, ainda no Império, com a decadência da primeira fase da economia cafeeira.
(C) no vale do Paraíba, no começo deste século, com o esgotamento dos solos cultivados.
(D) no oeste do Estado, quando entraram em decadência as cidades da Alta Paulista.
(E) na década de 20, afetando as cidades da zona Bragantina e do sul de Minas, com a grande queda dos preços de café.
06. (UNITAU) Leia o fragmento abaixo e responda o que se pede.
Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.
Só ele, no meio de tanta vida, não vive.
Os comentários acima são endereçados, por Monteiro Lobato,
(A) ao nordestino.
(B) ao menor.
(C) ao sertão.
(D) ao caboclo.
(E) ao paulistano.
(ITA) Texto para as questões 07 e 08
VANDALISMO
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nome de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Com os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos! (Augusto dos Anjos)
Vocabulário
Prisco: antigo
Nume: divindade
Ogiva: abódada da igreja gótica
Gláudio: espada
Hasta: lança
Iconoclasta: destruidor de imagens
07. Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se afirmar que nelas permanece respectivamente a idéia de
(A) saudosismo e brilho.
(B) plasticidade e musicalidade.
(C) otimismo e suntuosidade.
(D) antigüidade e claridade.
(E) exaltação e riqueza.
08. Assinale a alternativa incorreta a respeito do poema:
(A) A primeira estrofe é uma exaltação da religiosidade da infância do poeta.
(B) O "Vandalismo" do título é uma referência à destruição dos sonhos e da tranqüilidade inicial e à quebra dessa situação no final.
(C) A expressão "a aleluia virginal das crenças" significa a fé ingênua da infância.
(D) "Templários medievais" é uma alusão à intensidade religiosa da Idade Média.
(E) Na última estrofe, o poeta confessa que a vida proporcionou-lhe uma alegre visão do mundo.
09. (ESPM-SP) O lado doutor.
Fatalidade do primeiro branco aportado e dominado politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. Pais de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.
A nunca exportação da poesia. A poesia ainda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. nas lianas da saudade universitária.
Este texto, chamado _________, foi escrito por ______________.
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas.
(A) Manifesto Regionalista - Gilberto Freye.
(B) Manifesto da poesia Pau-Brasil - Oswald de Andrade.
(C) Manifesto do grupo verde de Cataguazes - Henrique de Resende.
(D) Plano Piloto para Poesia Concreta - Décio Pignari.
(E) Manifesto do verde-amarelismo ou da Escola da Anta - Martins Mendes.
10. (UEL) Indique a afirmação incorreta sobre Machado de Assis
(A) Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance, e Papéis Avulsos, contos, representam o ingresso do autor em sua "segunda fase", de mais relevo que a primeira.
(B) Nos anos 80 do século XIX, adotou francamente os princípios filosóficos e estéticos do Naturalismo, abandonando o idealismo romântico das primeiras obras.
(C) No extraordinário romance em que adotou o ponto de vista de um defunto autor, o enredo é frequentemente interrompido por referências ao processo de composição do livro.
(D) Tal como ocorreu com outros autores da época, parte de sua obra, antes de ser recolhida em livro, foi publicada em jornais; no caso dos romances, em capítulos, nos "folhetins".
(E) Sua ficção madura não se põe a serviço de causas históricas ou de teses científicas; revela, com precisão e ironia, o que está por trás das situações e do comportamento humano.
I. Os narradores de ambos os livros adotam um estilo sóbrio e contido, avesso a expansões emocionais, condizente com o mundo de escassez e privação que retratam.
II. Em ambos os livros, a carência de linguagem e as dificuldades de expressão, presentes, por exemplo, em Fabiano e Macabeá, manifestam aspectos da opressão social.
III. A personagem sinhá Vitória (Vidas secas), por viver isolada em meio rural, não possui elementos de referência que a façam aspirar por bens que não possui; já Macabeá, por viver em meio urbano, possui sonhos típicos da sociedade de consumo.
Esta correto apenas o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
02. (ESPM) Leia o trecho:
A figura de Vitorino era toda de indignação, de um desespero terrível.
— Cambada de cachorros. Eu sou Vitorino Carneiro da Cunha, homem branco, de respeito.
Falava só, gesticulava como se mantivesse um diálogo com um inimigo. Sacudia a tabica com uma fúria de louco.
— E o diabo desta besta que não anda!
E castigava a égua com impiedade. Pela estrada silenciosa o pisar mole da montaria espantava as lagartixas.
O capitão Vitorino Carneiro da Cunha atravessava as terras do coronel Lula de Holanda, do Santa Fé. Ali era a grande aroeira que dava mal-assombrado. Ele não acreditava. Ele não tinha medo de coisa viva, de coisa morta. (Fogo Morto, José Lins do Rego)
tabica: chibata feita com haste de mesmo nome.
aroeira: tipo de árvore
Em Fogo Morto, destaca-se a figura do Capitão Vitorino, tido pela crítica literária como uma personagem quixotesca, já que, à semelhança de D. Quixote, de Cervantes, é uma figura que possui um idealismo solitário convertido em ações intempestivas que beiram a loucura. Guardadas as devidas diferenças, pode-se estabelecer um paralelo entre Capitão Vitorino e uma outra personagem considerada “herói quixotesco”, que é:
(A) Leonardinho, por encarnar um amoralismo relacionado com a necessidade de sobrevivência, fome e toda sorte de sujeições que oprimem as camadas populares;
(B)Jeca Tatu, por ser a imagem do caipira, apático e preguiçoso, que passa a vida vegetando segundo a lei do menor esforço;
(C) Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, por representar o inconsciente coletivo brasileiro;
(D) Policarpo Quaresma, por simbolizar o ridículo e o patético de um nacionalismo fanatizante e anacrônico, desejando dentre outras o tupi como língua oficial no Brasil;
(E) Fabiano, por ser um vaqueiro bruto e ignorante, que se expressava através de onomatopéias.
03. (UPF) Uma das personagens mais quixotescas da literatura brasileira elabora projetos para salvar a cultura, a agricultura e a política nacionais, sem possuir um conhecimento efetivo e aprofundado da realidade do pais. Qual é o nome dessa personagem?
(A) João Romão
(B) Jubiabá
(C) Policarpo Quaresma
(D) José Dias
(E) Blau Nunes
04. (FUVEST) Leia o fragmento a seguir e responda o que se pede.
E fria, fluente, frouxa claridade
flutua como as brumas de um letargo
Nestes versos de Cruz e Souza, encontra um dos traços característicos do estilo simbolista:
(A) utilização do valor sugestivo da música e da cor.
(B) rima aproximativa: uso de alterações.
(C) presença de onomatopéia.
(D) uso de antinomia.
(E) emprego de expressões arcaicas.
05. (FGV) "Umas tantas cidades moribundas arrastavam em viver decrépito, gasto em chorar mesquinhez de hoje as saudosas grandezas de dantes."
Assim Monteiro Lobato, em Cidades Mortas, se refere às cidades decadentes depois da queda do café, fatos que ocorreram
(A) em várias cidades do interior paulista, com a crise da superprodução em 1930.
(B) na baixada fluminense, ainda no Império, com a decadência da primeira fase da economia cafeeira.
(C) no vale do Paraíba, no começo deste século, com o esgotamento dos solos cultivados.
(D) no oeste do Estado, quando entraram em decadência as cidades da Alta Paulista.
(E) na década de 20, afetando as cidades da zona Bragantina e do sul de Minas, com a grande queda dos preços de café.
06. (UNITAU) Leia o fragmento abaixo e responda o que se pede.
Só ele não fala, não canta, não ri, não ama.
Só ele, no meio de tanta vida, não vive.
Os comentários acima são endereçados, por Monteiro Lobato,
(A) ao nordestino.
(B) ao menor.
(C) ao sertão.
(D) ao caboclo.
(E) ao paulistano.
(ITA) Texto para as questões 07 e 08
VANDALISMO
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nome de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Com os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos! (Augusto dos Anjos)
Vocabulário
Prisco: antigo
Nume: divindade
Ogiva: abódada da igreja gótica
Gláudio: espada
Hasta: lança
Iconoclasta: destruidor de imagens
07. Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se afirmar que nelas permanece respectivamente a idéia de
(A) saudosismo e brilho.
(B) plasticidade e musicalidade.
(C) otimismo e suntuosidade.
(D) antigüidade e claridade.
(E) exaltação e riqueza.
08. Assinale a alternativa incorreta a respeito do poema:
(A) A primeira estrofe é uma exaltação da religiosidade da infância do poeta.
(B) O "Vandalismo" do título é uma referência à destruição dos sonhos e da tranqüilidade inicial e à quebra dessa situação no final.
(C) A expressão "a aleluia virginal das crenças" significa a fé ingênua da infância.
(D) "Templários medievais" é uma alusão à intensidade religiosa da Idade Média.
(E) Na última estrofe, o poeta confessa que a vida proporcionou-lhe uma alegre visão do mundo.
09. (ESPM-SP) O lado doutor.
Fatalidade do primeiro branco aportado e dominado politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. Pais de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.
A nunca exportação da poesia. A poesia ainda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. nas lianas da saudade universitária.
Este texto, chamado _________, foi escrito por ______________.
Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas.
(A) Manifesto Regionalista - Gilberto Freye.
(B) Manifesto da poesia Pau-Brasil - Oswald de Andrade.
(C) Manifesto do grupo verde de Cataguazes - Henrique de Resende.
(D) Plano Piloto para Poesia Concreta - Décio Pignari.
(E) Manifesto do verde-amarelismo ou da Escola da Anta - Martins Mendes.
10. (UEL) Indique a afirmação incorreta sobre Machado de Assis
(A) Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance, e Papéis Avulsos, contos, representam o ingresso do autor em sua "segunda fase", de mais relevo que a primeira.
(B) Nos anos 80 do século XIX, adotou francamente os princípios filosóficos e estéticos do Naturalismo, abandonando o idealismo romântico das primeiras obras.
(C) No extraordinário romance em que adotou o ponto de vista de um defunto autor, o enredo é frequentemente interrompido por referências ao processo de composição do livro.
(D) Tal como ocorreu com outros autores da época, parte de sua obra, antes de ser recolhida em livro, foi publicada em jornais; no caso dos romances, em capítulos, nos "folhetins".
(E) Sua ficção madura não se põe a serviço de causas históricas ou de teses científicas; revela, com precisão e ironia, o que está por trás das situações e do comportamento humano.
GABARITO:
1.B
2.D
3.C
4.B
5.C
6.D
7.A
8.E
9.B
10.B
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