sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Lógica da Vingança



Escola Dr. Jaime Monteiro                               Ensino Médio                                    Profª Márcia Oliveira da Silva
LÓGICA DA VINGANÇA
        No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência, que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas, há dez, vinte ou trinta anos, a vida era mais segura, certos valores eram mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar.
       Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas diversas dimensões em que pode ser interpretada. Se ampliarmos o tempo histórico, por exemplo, ela poderá se mostrar incorreta.
        Em um dos volumes da coleção História da vida privada, Michel Rouché afirma, em seu artigo sobre a criminalidade na Alta Idade Média (por volta do século VI), que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais,  veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora. Segundo esse autor, naquele época, “cada qual via a justiça em sua própria vontade”, e o ato de matar não era reprovado - era até visto como sinal de virilidade: a agressividade era uma característica cultivada pelos homens, fazia parte de sua educação.
        O autor afirma, ainda, que torturas e assassinatos, bastante comuns naqueles tempos, ocorriam em grande parte por vingança: “Cometido um assassinato, a linhagem da vítima tinha o imperioso dever religioso de vingar essa morte, fosse no culpado, fosse num membro da parentela”.
        Realizada a vingança e assassinado o culpado da primeira morte, a mesma lógica passava a valer para parentes deste, que deveriam vingá-lo, criando assim uma interminável cadeia de vinganças, que podia estender-se por várias gerações.
                                                                 (A. Buoro/R Schilling/H. Singer/M. Soares)
  1) Deduz-se do texto que:
a) a violência está presente em todas as épocas.
b) a vingança era legal antigamente.
c) antigamente a vida era menos segura.
d) devemos fazer justiça com as próprias mãos.
e) antigamente não havia leis contra a violência.

2) O uso de aspas, em alguns segmentos do texto, indica que:
a) devem ser lidos com mais atenção.
b) são reproduções do texto de outro autor.
c) foram traduzidos de outra língua. 
d) correspondem a textos antigos.
e) mostram o mais importante do conteúdo.

3)”No nosso cotidiano...”; o vocábulo cotidiano, nesse caso, corresponde a:
a) mundo atual
b) atividade profissional
c) relações familiares
d) nas notícias dos jornais
e) dia-a-dia

4) Quando no texto se usa a forma da primeira pessoa do plural, em “No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência...”, isto se refere a:
a) todos os cidadãos brasileiros.
b) cidadãos que foram vítimas da violência.
c) vítimas do trânsito.
d) ele mesmo e aos leitores, em geral.
e) cidadãos de hoje e de antigamente.

5) O autor citado no texto diz que os assassinatos eram bem mais comuns  na época antiga do que agora, mas isto só pode ser afirmado:
a) porque naquela época não havia estatísticas de registro de crimes.
b) levando-se em consideração a proporção populacional das duas épocas.
c) porque hoje não é mais aceita a lógica da vingança.
d) se acreditarmos no que nos dizem os mais velhos.
e) considerando-se que a população antiga era mais violenta que a atual.

6)”...que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período,proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora.”; nesse segmento do texto, o vocábulo que não indica tempo é:
a) período
b) então
c) dias atuais
d) antes
e) proporcionalmente

7) “Segundo  esse autor...”; o vocábulo correspondente a  segundo,  nesse caso, é:
a) para
b) quando
c) conforme
d) se 
e) embora

8) “...o ato de matar não era reprovado...” equivale a:
a) o ato de matar não tinha aprovação.
b) merecia reprovação o ato de matar.
c) o ato de matar não era aprovado.
d) sofria reprovação o ato de matar.
e) não havia reprovação para o ato de matar.

9) O segmento estamos tão envolvidos  equivale a temos tanto envolvimento: o item em que essa equivalência é dada de forma incorreta é:
a) a vida era mais segura - tinha mais segurança
b) valores eram mais respeitados - tinham mais respeitabilidade
c) eles eram bem mais comunicativos - tinham mais comunidade
d) o ato de matar não era reprovado - não tinha reprovação
e) a violência era mais intensa - tinha mais intensidade

10) “...uma  interminável  cadeia de vinganças...”: o adjetivo  interminável corresponde a:
a) que não há termos que a descrevem
b) que não sofre penas ou sanções
c) que não tem fim
d) que já terminou há algum tempo
e) que só terminará no futuro


 GABARITO:

1a - 2b - 3e - 4d - 5b - 6e  - 7c - 8e - 9c - 10c

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