sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Modos de Dizer



Escola Dr. Jaime Monteiro                                Ensino Médio                           Professora: Márcia Oliveira da Silva

Exercício de Língua Portuguesa
MODOS DE DIZER
      Uma vez um rei sonhou que todos os seus dentes lhe foram caindo da boca, um após outro, até não  ficar nenhum. Era no tempo em que havia magos e adivinhos. O rei mandou chamar um deles, referiu-lhe o sonho e pediu-lhe que o decifrasse. O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou a sua ciência e disse:
     – Saiba Vossa Majestade que a significação do seu sonho é a seguinte: está para lhe suceder uma grande infelicidade. Todos os seus parentes, a rainha, os seus filhos, netos, irmãos, todos vão morrer sem ficar um só ante os olhos de Vossa Majestade.
      O rei entrou em cólera, ficou muito irritado e, chamando os guardas do palácio, mandou decepar a cabeça do adivinho que lhe profetizara coisas tão tristes.
     Estava o rei muito acabrunhado com o vaticínio, quando se aproximou um cortesão e lhe aconselhou que consultasse outro adivinho, porque a interpretação do primeiro podia estar errada e não devia Sua Majestade se afligir em vão.
     O rei adotou o conselho, mandou chamar outro mago e lhe narrou o mesmo sonho, pedindo que o decifrasse.
     O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou a sua ciência e disse:
    – Saiba Vossa Majestade que o seu sonho significa o seguinte: Vossa Majestade terá muitos anos de vida. Nenhum dos seus parentes lhe sobreviverá. Nem mesmo o mais moço e mais forte deles terá o desgosto de chorar a perda de Vossa Majestade.
     O rei, muito satisfeito, mandou encher o adivinho de presentes, deu-lhe muitas moedas de ouro, muitos diamantes, roupas de seda bordadas e um palácio para morar, nomeando-o adivinho oficial do reino.
     No entanto, o segundo mago, que recebeu tais prêmios, disse a mesma coisa que o primeiro, que foi degolado. A única diferença foi a linguagem que ele empregou. Esta fez que ele recebesse prêmio em vez de castigo.                                                        (Mário  Bachelet. Antologia Portuguesa. FTD, São Paulo, 1965)

Interpretação do texto.

1. Cada um dos magos, antes de expor ao rei o significado do sonho, levou a mão à testa para, com este gesto, indicar…
a. (   ) medo da reação do rei
b. (   ) concentração de pensamento
c. (   ) respeito diante do rei
d. (   ) indecisão sobre o que falar

2. O rei ficou muito triste com o que o primeiro mago lhe dissera porque…

a. (   ) soube que logo perderia todos os seus familiares
b. (   ) soube que não viveria muito tempo
c. (   ) soube que ficaria sem o seu trono
3. Um cortesão deu um conselho ao rei, mas não sabemos com que palavras ele realmente se expressou. Coloque-se no lugar do cortesão e redija a frase que ele deve ter dito ao rei.
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4. O segundo adivinho não provocou a irritação do rei. Por quê?
a. (   ) Porque ele deu a interpretação errada do sonho
b. (   ) Porque ele ficou calado diante do rei.
c. (   ) Porque ele apresentou o significado do sonho de modo agradável

5. A interpretação do segundo adivinho causou no rei a sensação de…
a.(   ) tristeza
b. (   ) admiração
c. (   ) satisfação
d. (   ) ira

6. A interpretação foi a mesma dada pelos dois magos. Qual a diferença existente entre uma e outra que levou o rei a ter reações diferentes?
a. (   ) O primeiro mago enfatizou o lado ruim do sonho (a morte de todos os familiares do rei); o segundo mago enfatizou o lado bom do sonho (o rei iria viver muito).
b. (   )  O primeiro mago usou de palavras grosseiras para dar a explicação do sonho; o segundo mago ficou calado diante do rei.

7. O texto de Mário Bachelet ensina que…
a. (   ) é melhor ficar calado para não sofrer as consequências.
b. (   ) não se deve dizer a verdade para não irritar os poderosos.
c. (   ) para tudo há dois modos de dizer a mesma coisa: o agradável e o desagradável.



     E esse é um dos grandes desafios da humanidade. É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra. A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença. A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta. Mas se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com facilidade.
      É amigos!! A força das palavras realmente pode mudar todo um contexto. A verdade como diz na mensagem sempre deve ser dita, mas a maneira como ela pode ser dita pode mudar tudo. Pense bem antes de falar algo para alguém, será que não tem como mudar a embalagem de entrega? Desta forma você falará a verdade, mas não irá ferir tanto.

 

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