PRETÉRITOS
Você vai ler um comovente depoimento de uma menina de rua. Observe a fala simples da garota, em português coloquial.
MENINOS DE RUA
Eu
até acho que nasci na rua. Quando era bebê minha mãe pedia esmola
comigo no colo e eu fiquei com ela até uns cinco anos. Daí fui com meu
irmão para a praça João Mendes e a gente ficava por lá, pela Catedral e
rua Direita. Quando eu fui ficando maior, meu irmão começou a me encher e
querer mandar em mim. Eu conheci um carinha que ficava na av. São João,
lá onde tem aquelas farmácias que ficam abertas a noite toda. A gente
ficou por lá um bom tempo e era muito legal. Até que uns garotos mataram
o cara da farmácia. Você viu? Você lembra? Saiu até no jornal. Foi uma
loucura. Todo mundo se mandou. A polícia caiu matando. Achavam que eram
gente nossa, mas não era não. Mas a gente não podia voltar. Então fomos
para a praça Roosevelt, mas deu azar porque assaltaram uma joalheria ali
e logo acharam que a gente tava no meio. Um garoto “marcou bobeira” e
caiu na mão da polícia. Aí a gente deu sumiço, depois andou um pouco lá
perto do Hilton e agora estamos por aqui.
(Depoimento de C., 14 anos, menor que vive nas ruas de São Paulo. In: FERREIRA, Rosa
Maria Fischer. Meninos de rua. São Paulo, Comissão de Justiça e Paz/CEDEC/Ibrex. P. 105.)
Responda
1. Retire do texto uma frase com um verbo que indique um fato anterior ao momento em que se fala.
2. O que ocorria com C. quando bebê?
3. Retire do texto verbos no tempo presente.
4. Por que, no texto, há apenas poucos verbos no presente e a maioria no passado?
5. Retire do texto frases cujos verbos indiquem ações habituais ocorridas no passado, isto é, que estejam no pretérito imperfeito.
6. Agora retire do texto frases cujos verbos indiquem ação perfeitamente realizada e concluída no passado, isto é, que estejam no pretérito perfeito.
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