segunda-feira, 25 de março de 2013

O Velho Marinheiro

A  ILHA  DO  TESOURO

Capítulo 1 – O Velho Marinheiro

     “Estamos na Inglaterra do século XVIII. Escrevo esta história, sobre a Ilha do Tesouro, a pedido de meus amigos, lorde Trelawney e doutor Livesey, mas sem revelar a sua localização, pois ainda há uma parte do tesouro para ser recolhida.
       Tudo começou quando um velho marinheiro, arrastando um baú de bordo, veio se hospedar na pensão Almirante Benbow, de meu pai, na baía de Colina Preta. Era alto e forte, queimado do sol, com uma enorme cicatriz de faca no rosto, um rabo-de-cavalo caindo sobre o velho casaco azul-marinho. Enquanto vistoriava a enseada, assobiou uma velha canção do mar, que tantas vezes repetiria. Pediu rum e, ao saber que a nossa pensão ficava longe de tudo, bradou:
     - Vou ancorar aqui!
     Jogou umas moedas de ouro no balcão e disse a meu pai para avisá-lo quando precisasse de mais.
     Não parecia um marinheiro qualquer, mas um capitão. Silencioso, passava o dia rodando pela enseada, com sua luneta à mão. De volta de suas caminhadas, sempre me perguntava, apreensivo, se algum marujo tinha aparecido ali. Ele havia prometido me dar todo mês uma moeda de prata para avisá-lo se eu visse um marinheiro de uma perna só.
     Eu ficava apavorado em noites de tempestade, quando o vento sacudia a casa e o mar rugia contra as rochas na enseada, imaginando esse marinheiro perneta como uma criatura monstruosa que me perseguia.
     Contudo, não tinha medo do capitão. Certas noites, ele bebia rum demais e entoava rudes canções do mar, sem ligar para ninguém. Em outras, pedia bebida para todos e obrigava-os a cantar com ele. Dizia que tinha convivido com os piores marujos do mundo. Contava histórias assustadoras de enforcamentos, execuções na prancha, proezas em regiões selvagens. Batia na mesa, furioso, exigindo silêncio e não permitia que ninguém saísse antes de cair bêbado.
     Com o tempo, deixou de nos pagar. A sua dívida só crescia e, a cada vez que ele era cobrado, rugia, ameaçador. Isso certamente contribuiu para a morte prematura de meu pai, que vivia aterrorizado com a presença grosseira.
     Só o doutor Livesey foi capaz de enfrentá-lo. Tinha vindo à noite examinar que pai, que já havia adoecido e ficou para jantar conosco. O velho marinheiro, já embriagado, começou a entoar sua eterna canção. Animou-se e deu um soco na mesa. Todos se calaram, menos o médico, que continuou conversando.
     - Silêncio no convés! – berrou o capitão.
     - Se vai continuar bebendo assim – disse o doutor calmamente – o senhor vai embarcar logo para outro mundo.
     Enfurecido, o capitão puxou a navalha, mas o doutor Livesey não arredou pé:
     - Sou também o juiz desse distrito. Se não guardar essa navalha, mandarei enforcá-lo na próxima sessão do tribunal”.
( Robert Louis Stevenson – A Ilha do Tesouro – Série Reencontro Infantil – Editora Scipione )

  Quais os nomes dos amigos do narrador que pediram para que essa história fosse escrita
  Faça a descrição do marinheiro.

  Por que o marinheiro resolveu ancorar na ilha?
 Porque não precisava pagar
 Porque tinha uma pensão que ficava longe de tudo.
 Gostou do dono da pensão
  Leia o trecho do texto: “Com o tempo, deixou de nos pagar”
A palavra destacada refere-se a:
Velho marinheiro
Aos donos da pensão
Ao doutor que também era juiz
 Qual era preocupação constante do marinheiro?
         Que um homem de uma perna só aparecesse na ilha
         Gastar todo o seu tesouro
         De morrer
  Quem era a única pessoa que enfrentou o marinheiro e por que ele não tinha medo dele?
Leia o trecho do texto “    - Se vai continuar bebendo assim – disse o doutor calmamente – o senhor vai embarcar logo para outro mundo.” O que o doutor quis dizer?
             
                  Imagine uma das histórias assustadoras contadas pelo capitão e escreva-a abaixo:
             

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