A ILHA DO TESOURO
Capítulo 1 – O Velho Marinheiro
“Estamos
na Inglaterra do século XVIII. Escrevo esta história, sobre a Ilha do
Tesouro, a pedido de meus amigos, lorde Trelawney e doutor Livesey, mas
sem revelar a sua localização, pois ainda há uma parte do tesouro para
ser recolhida.
Tudo
começou quando um velho marinheiro, arrastando um baú de bordo, veio se
hospedar na pensão Almirante Benbow, de meu pai, na baía de Colina
Preta. Era alto e forte, queimado do sol, com uma enorme cicatriz de
faca no rosto, um rabo-de-cavalo caindo sobre o velho casaco
azul-marinho. Enquanto vistoriava a enseada, assobiou uma velha canção
do mar, que tantas vezes repetiria. Pediu rum e, ao saber que a nossa
pensão ficava longe de tudo, bradou:
- Vou ancorar aqui!
Jogou umas moedas de ouro no balcão e disse a meu pai para avisá-lo quando precisasse de mais.
Não
parecia um marinheiro qualquer, mas um capitão. Silencioso, passava o
dia rodando pela enseada, com sua luneta à mão. De volta de suas
caminhadas, sempre me perguntava, apreensivo, se algum marujo tinha
aparecido ali. Ele havia prometido me dar todo mês uma moeda de prata
para avisá-lo se eu visse um marinheiro de uma perna só.
Eu
ficava apavorado em noites de tempestade, quando o vento sacudia a casa
e o mar rugia contra as rochas na enseada, imaginando esse marinheiro
perneta como uma criatura monstruosa que me perseguia.
Contudo,
não tinha medo do capitão. Certas noites, ele bebia rum demais e
entoava rudes canções do mar, sem ligar para ninguém. Em outras, pedia
bebida para todos e obrigava-os a cantar com ele. Dizia que tinha
convivido com os piores marujos do mundo. Contava histórias assustadoras
de enforcamentos, execuções na prancha, proezas em regiões selvagens.
Batia na mesa, furioso, exigindo silêncio e não permitia que ninguém
saísse antes de cair bêbado.
Com
o tempo, deixou de nos pagar. A sua dívida só crescia e, a cada vez que
ele era cobrado, rugia, ameaçador. Isso certamente contribuiu para a
morte prematura de meu pai, que vivia aterrorizado com a presença
grosseira.
Só
o doutor Livesey foi capaz de enfrentá-lo. Tinha vindo à noite examinar
que pai, que já havia adoecido e ficou para jantar conosco. O velho
marinheiro, já embriagado, começou a entoar sua eterna canção. Animou-se
e deu um soco na mesa. Todos se calaram, menos o médico, que continuou
conversando.
- Silêncio no convés! – berrou o capitão.
- Se vai continuar bebendo assim – disse o doutor calmamente – o senhor vai embarcar logo para outro mundo.
Enfurecido, o capitão puxou a navalha, mas o doutor Livesey não arredou pé:
- Sou também o juiz desse distrito. Se não guardar essa navalha, mandarei enforcá-lo na próxima sessão do tribunal”.
( Robert Louis Stevenson – A Ilha do Tesouro – Série Reencontro Infantil – Editora Scipione )
Quais os nomes dos amigos do narrador que pediram para que essa história fosse escrita
Faça a descrição do marinheiro.
Por que o marinheiro resolveu ancorar na ilha?
Porque não precisava pagar
Porque tinha uma pensão que ficava longe de tudo.
Gostou do dono da pensão
Leia o trecho do texto: “Com o tempo, deixou de nos pagar”
A palavra destacada refere-se a:
Velho marinheiro
Aos donos da pensão
Ao doutor que também era juiz
Qual era preocupação constante do marinheiro?
Que um homem de uma perna só aparecesse na ilha
Gastar todo o seu tesouro
De morrer
Quem era a única pessoa que enfrentou o marinheiro e por que ele não tinha medo dele?
Leia o trecho do texto “ -
Se vai continuar bebendo assim – disse o doutor calmamente – o senhor
vai embarcar logo para outro mundo.” O que o doutor quis dizer?
Imagine uma das histórias assustadoras contadas pelo capitão e escreva-a abaixo:
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